Sobre a perda da inocencia..

Dai que a gente pensa que sabe das coisas da vida. Mas oh:

SA-BE-NA-DA!

É que quando a gente perde a inocencia, aquela fé bonita nas coisas que ninguém mais entende, a gente se sente feito crianca quando quebra o brinquedo preferido.

Quando a gente acha, anos depois, empoeirado no armário, o brinquedo velho que nunca jogou fora, daquela sensacao de nostagia toma conta e mostra que o tempo tratou de dar um jeito naquela dor que parecia que nao ia passar.

Mas a inocencia...ah, essa nao volta...

Sobre noites de segundas-feiras ou Wine dry wine night ou Como sobreviver com a bike em uma noite com muito alcool...

Queria escrever um post bonito e longo sobre os ultimos dias. Mas to tao cansada que nao vai dar...

Vera tá doente, soltando os bofes pelo carpete e aquela coisa toda, e to ficando com ela em tempo integral. Dai já viu, né?

Ontem foi aniversário da Chana e saimos para comemorar. E lá estava a galera toda: Brasil, Holanda, Africa do Sul e Canada...gente jovem reunida. Diversao a valer!!

Voltar com a bike foi um caso a parte e deixarei a Colleen contar as voces que se passou:
sooo last night you crashed into the following;
1 parked car (thank god)
2 construction walls
and the pizza place across the street from our ducth classes ...so a wall..

Hoje, acordo sete e vinte (caraleooo) com o Jan perguntando se tava tudo bem e se eu ia levantar pro café - como se eu tivesse opcao...
OPS...

Daqui tres dias to indo pra Estocolmo. Wish me luck!

Noites holandesas

"(ludi) If we were in Big Brother, who would you vote to leave the house?
I'd vote for Leon, cause I just met him...

(stan) I'd vote for you, cause you don't have a date.

(leon) You would vote for me to leave? It's my fucking house!"

Ah...a Holanda...

Dai hoje me bateu uma felicidade. Assim, do nada, por motivo nenhum...
Sabe quando voce se sente leve e feliz, simplesmente?

Dai que eu percebi porque...
...é que eu to na Holanda...
...and it's all happening!

Valentjin Dag!

Feliz Dia dos Namorados para todo mundo!

Se cuidem e juizo...

Kleintje Ludi

Quando eu era pequena (sim, sim...menor que isso...) e estudava na Gente Miuda (ironie), eu tinha uma melhor amiga, a Bruna. Bruna era uma menina branquinha, branquinha...pele, cabelo, sobracencelha...só mais tarde descobri o albinismo. Enfim...

Eu e a Bruna namoravamos o Ricardo. E andavamos, os tres, de maos dadas pelo parquinho no recreio. Hugh Hefner fazendo escola...

Na Gente Miuda, os alunos tinham essas cadernetas onde as tias anotavam se a crianca comeu, dormiu...eu tenho as minhas até hoje. Anotacoes como as seguintes nao eram incomuns...

"Mamae,
Hoje a Ludmila trouxe lanche, mas ficou com vontade do lanche da escola. Nos oferecemos e ela comeu os dois. O valor sera incluso na mensalidade.

Mamae,
Hoje a Ludmila estava brincando com a amiguinha e acidentalmente a amiguinha mordeu o lábio inferior dela. Passamos remedinho e está tudo bem.

Mamae,
Ontem a Ludmila levou o casaco do amiguinho por engano. Por favor, mandar amanha na mochilinha dela para desfazermos a troca."

Me diz, Brasil, se eu mudei alguma coisa....
Já diria Damien Rice, some things in life may change. Some things stay the same.

PS: Essa semana fiz arroz com feijao, tamanha a saudade de casa. Quando vi os dois ali, juntinhos no prato, quase chorei de nostalgia. Ainda que o gosto nao tenha saido igual o da minha vó.

Ouviram do Ipiranga...

Momentos que eu nao quero esquecer jamais...

Eu e Chana cantando o hino do Brasil em plenos pulmoes, trebadas, na casa do nosso amigo holandes.

Semana passada um menino que estuda na escola da Vera e é igualzinho o Mark na infancia, que deve ter uns 4 aninhos, tava vestindo uma calca rosa. Aquele pink-princesa-da-Disney, sabe?

Pensei que no Brasil raramente um menino usaria uma calca dessa cor. Hummm...

...ponto pra Holanda.

Twee maanden!

Ontem completei dois meses aqui nos paises baixos. Segue o balanco de 1/6 da minha aventura:

- Novos amigos: muitos
- Evolucao no idioma: baixissimo
- Sabados em casa: dois
- Quantidade de vezes que me perdi na minha propria cidade: muitissimas
- Quedas de bicicleta: incontáveis
- Ilegalidades cometidas: médio
- Viagens internacionais: zero!
- Viagens nacionais: Amsterdam!
- Quantidade de vezes que comi no McDonald's/Burguer King: pra caralho

AVALIACAO FINAL: deixo essa parte para voces completarem nos comentários. O que voces querem me ver fazendo na Holanda?*

*Sexo que lugar público só no verao, ta?

Melancolia

Dai que meu cunhado me disse que eu era como esses ratinhos que ele viu num documentário ou coisa que o valha. Os ratinhos nao tinham uma glandula e por isso eram incapazes de sentir situacoes de risco.

Essa sou eu! Saio com pessoas que nao sei o nome, converso com todo mundo, vou pra casa de semi-estranhos...
Dai a vida foi indo e indo e as vezes a gente se fode né? E quando eu me dei conta - porque esse, como outros processos evolutivos da vida, nao se percebe as mudancas.; quando se dá conta já foi. Como diz a música do Smashing Pumpkins, "the more you change, the less you feel"- tava assim, toda do avesso.

A Chana escreveu, depois das nossas divagacoes alicianas durante o ano novo, que "love are just words that you can say". Acho que nao acredito mais em palavras...

Ai, to tao amarga...

Dez, nove, oito...

Tava lendo num blog just now sobre viver em contagem regressiva. Eu vivo em contagem regressiva!

Amo sentir aquele tempaaao ficando pequeno, pequeno,pequeno... Até que ZUM! Voce tem que virar o pescoco bem rapidao, porque já ficou para trás. Como quando chequei em Londres e tentei tirar foto de TODAS as placas que indicavam London. Sem sucesso.

E ainda tem gente que nao entende como posso amar tanto o que me faz esperar, esperar e ZUM! Desaparece sem nunca ser presente e virar passado. Preciso procurar um bocado antes de achar lá na frente, com esse tempao bem grandao separando a gente de novo.

É meio triste viver numa época em que se tem medo de se comprometer e de ficar sozinho, ao mesmo tempo e em igual medida...

Cliches

Eu acredito em cliches.

Ok, talvez essa frase seja um bocado radical. Entao dizer que acredito em alguns cliches é melhor. Tipo, eu acredito que "cada um sabe a dor e alegria de ser o que é" mas nao acredito naquela história da maca podre no cesto.

Enfim.

Diferente dos cliches, outros assuntos sao mais dificeis de tomar uma posicao. Alguns acabam por tornar minha cabecinha um campo de batalha, com idéias opostas duelando loucamente e tentando me convencer que tem mais razao.

Voce acredita em destino?
Sem querer apelar para radicalismos novamente, mas as vezes acredito piamente (nunca parei para pensar que "piamente" parece advérbio de modo de "pia"...hummm...) em destino. Em outros momentos ponho a mao no fogo pela aleatoriedade da vida. Outro assunto que me tira do sério é deus. E se voce parar para analisar, deus e destino se cruzam sim.

O negócio é que se deus é tao grande e perfeito e poderoso, porque ele precisa de um monte seres humanos rezando para ele? Egocentrico, nao? E porque ele perde o precioso tempo dele tracando o destino de cada um? Acho que deus foi o primeiro viciado em The Sims da história...
Mas por outro lado, sempre que eu estava realmente na merda (com o perdao da linguagem), ele me ajudou...e ainda sim, teimo em testa-lo.

Sempre que eu rezo, já comeco pedindo desculpa por ter sumido por uns tempos e por ta aparecendo de novo para pedir ajuda. Dai decidi que ia comecar a rezar todo dia, mas me dei conta que estava fazendo isso só para testar ele, e isso nao é muito legal da minha parte.

Em algum momento, alguma coisa surgiu do nada, nao? E isso prova que deus existe ou que ele nao existe? Acho que isso nao importa muito no fim das contas, porque se ele nao precisa de mim, as vezes eu preciso dele. E ele nunca me rejeitou, entao tá tudo bem entre a gente.
Na verdade, a unica certeza que eu tenha nessa minha relacao tao conturbada com o divino é que, se ele existe (opa, olha eu testando ele de novo...) eu com certeza o faco rir...

Acho que entrei nessa viagem toda porque tava lendo umas anotacoes no meu diário de uns meses atras e me surpreendi ao ver como a gente sabe pouco das coisas. E como tudo muda e ao mesmo tempo fica tudo igual...

Enfim...fiquem com deus!

PS: E nao é que outra pessoa já falou de cliches, nesse blog que andei lendo recentemente...

É de cair o cú da bunda!

Perdi 50 euros hoje. Revolta, Brasil, toma conta dessa au pair.

Já diria a Christine, WHY ME???

PS: Cu tem acento?

O post mais difícil da história

Escrever para mim é uma terapia, sempre tive diários e por uns tempos até usei a máquina de escrever da minha finada tia Rosa (ah...um dia precisava fazer um post sobre ela...), mas esse post em particular tá sendo bem difícil de parir.

Nao sei se é porque as coisas que tenho que contar sao boas e ruins, tristes e felizes, sérias e engracadas...nao consigo achar o tom! Mas enfim...vamos deixar essa digressao de lado e ir ao que interessa!

Depois dos dois meses iniciais, um novo desafio tem me....ahn....desafiado! Se no início eu precisava achar meu lugar aqui na Holanda, meu papel na família, meu grupinho de amigos, meu barzinho preferido...agora tenho lidar com as novas expectativas que as pessoas tem de mim e com a imagem que cada um construiu de mim. E fazer isso quando se lida com pessoas que nao se conhece de verdade e que sao sempre de culturas tao diferentes da minha é um bocado difícil...

As pessoas podem acabar te surpreendendo ao lidar com seus sentimentos com tamanho desleixo, te julgam e te machucam sem nem te conhecer de verdade. Sempre haverá pessoas que vao querer te dizer quem voce é e acredite, vao falar merda! Dai aparece uma pessoa que voce mal conhece e é tao cuidadoso contigo e te respeita e te diz coisas tao bacanas...

Um dia eu estava conversando com um amigo e ele perguntou se existia alguém que me conhece 100% e eu pensei que nem se voce juntar todos os meus amigos e familiares, vai ter uma imagem completa de mim. É claro que todo mundo é assim, mas acho que a gente ignora isso na maior parte do tempo...
Uma coisa que eu aprendi lendo Postsecrets é que todo mundo tem segredos...

A parte engracada do meu fim de semana, que por sinal foi bastante bom, é que eu quase pus fogo na casa! Eu estava assando um peixe e fui pro meu quarto fofocar com a Chana, quando ouvi...opa, O ALARME DE INCENDIO!
Tive um ataque histérico, desci as escadas berrando, aquele barulho me deixando doida, a fumaca pela casa toda e, ao contrário do ditado, nao tinha fogo. Mas o alarme nao parava, toquei a campainha de uns tres vizinhos, em completo desespero, até que o alarme parou.
Tirei o pedaco de carvao que o peixe tinha se transformado, abri a casa toda e me preparei para contar para os hosts. Quando eles chegaram de viagem no dia seguinte, mudei de idéia e nao falei nada! =D

Enfim...sobrevivi a este post, mas acho que sem falar o que eu queria dizer, sabe?
Escrevi, escrevi e nao contei nada. Acho que sinto falta de alguém que me conheca de verdade por aqui, que nao me olhe estranho quando eu digo "ai, minha barriguinha" depois de rir muito, de nao precisar passar horas no computador para ter uma conversa decente com alguém, de poder falar meu idioma quando saio com mais de duas pessoas. Sinto falta de assistir In Treatment com a minha irma antes de ir dormir, e de tomar café com a Chris no intervalo da aula, e de tomar sorvete na praca com o Rafa, e de ler no metro. Saudade dos meus aluninhos queridos, de almocar com minhas velhinhas no domingo, de ver meus meninos com uma frequencia ridiculamente baixa, mas ainda assim amar-los absurdamente, de ir pra Bubu com o Felipe no sábado e voltar as oito da manha. Saudade do meu cachorro, caralho, QUE SAUDADE DO MEU CACHORRO!!

Saudade de voces, que fazem uma falta do caralho...