sábado, 20 de novembro de 2010

Verjaardag: Vinte e poucos...

Domingo completei 21 anos e o que nao faltou foi comemoracao. Sexta o Joey preparou uma surpresa e fomos para um hotel em Asten. Passamos o dia na piscina, sauna, jacuzzi...nada mal :D

Como tudo o que é bom dura pouco, sabado voltamos para a fria Den Haag (nao que em Asten nao tivesse frio, mas nao saimos do hotel nas 24 horas da nossa estada...). A noite eu e todo o Brazilian Crew de au pairs nos unimos para beber em minha homenagem. A resultado foram muitos euros a menos na minha conta, um celular esquecido no taxi, um casaco esquecido na balada (e recuperado na segunda, diferente do celular, que foi dessa para uma melhor...) e uma ressaca master no domingo.
Domingo ainda teve patinacao no gelo e jantar japones com o babytje.

No próximo finde (último em terras holandesas) vou para Milao. E depois...Brasil!

Tien dagen :(

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Orgulho

Ha menos de dois meses o Joey esta fazendo aulas semanais de Portugues. Toda semana ele me conta o que aprendeu, me mostra as anotacoes, faz perguntas na licao de casa...

Ver tamanho esforco e dedicacao me enche de alegria e orgulho! Divido com voces a primeira redacao do meu menino:

Minha primeira letra*
Meu nome e Joey van der Kooij. Eu moro em Zoetermeer na Holanda. Tenho vinte e cinco.
Eu gosto de correr. Eu coro dez quilometro dentro de querente e cinqo minutas. Eu sou apaixonado por musica, por exemplo The Smiths, Oasis e Pink Floyd.
In dois meses eu vou morar em Sao Bernardo do Campo no Brasil. A vida no Brasil e diferente da vida em Holanda. Eu quero uma vida boa com muito amor Brasileiro.


Voce pode prestar atencao nos pequenos erros, ou nos grandes acertos. Para mim, nao improta. Eu nao poderia estar mais feliz.

*Acho que ele quis dizer carta. Dicionario fdp!

Wouldn't it be nice?

Para ler ouvindo (e cantar junto): Wouldn't it be nice - Beach Boys



Wouldn't it be nice if we were older
Then we wouldn't have to wait so long
And wouldn't it be nice to live together
In the kind of world where we belong

You know its gonna make it that much better
When we can say goodnight and stay together

Wouldn't it be nice if we could wake up
In the morning when the day is new
And after having spent the day together
Hold each other close the whole night through

The happy times together we've been spending
I wish that every kiss was never ending
Oh! Wouldn't it be nice...

Maybe if we think and wish and hope and pray it might come true
Baby, then there wouldn't be a single thing we couldn't do
We could be married (we could be married!)
And then we'd be happy (then we'd be happy!)
Wouldn't it be nice???

You know it seems the more we talk about it
It only makes it worse to live without it
But lets talk about it
Oh, wouldn't it be nice...

Good night my baby
Sleep tight my baby...

Ik hou van jou, schatje!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Ela

Ela fez esse post cheio de confissoes um bocado corajosas e o mínino que posso fazer é responde-la. Talvez minha resposta nao traga a tranquilidade que ela esperava, mas espero que possa trazer a cumplicidade que eu preciso.

Como muitas pessoas já sabem, o Joey vai se mudar para O Brasil comigo. Ele chega em janeiro, vai morar comigo na casa da minha mae pelo tempo que for necessario, até estarmos os dois empregados e alugarmos algo.

Já ouvi todos os lados possíveis, eu conheco os riscos e se perguntarem se sei o que estou fazendo, direi que nao, nao faco idéia. A única coisa que sabemos é que queremos ficar juntos. É sempre 50-50, podemos dar certo e sermos felizes, podemos terminar, se magoar, superar e seguir em frente. Fizemos nossa aposta e o tempo dirá o resultado.

Ela disse que esta com medo de todas essas mudancas, de como isso afetará nosso relacionamento. Pois eu te digo uma coisa: EU ESTOU ATERRORIZADA, ME CAGANDO DE MEDO. Medo de me magoar, medo de magoa-lo, medo de nao estar pronta para um passo tao grande, medo desse compromisso e responsabilidade, medo de uma vida nova. Medo de nao ter mais tanto tempo para meus amigos e para mim mesma, de nao ter mais meu espaco, de falhar com uma pessoa tao importante para mim, e de falhar com todas as outras. Medo das mudancas.

Mas medo de te perder, eu nao tenho. Essa nao é uma possibilidade.
Espero que, como todas as outras vezes em que me senti assim, voce esteja do meu lado para segurar minha mao e dizer que vai ficar tudo bem. De alguma forma, sempre fica.

De tudo que passou...

Nao é falta do que falar, é nao saber como falar.
As últimas semanas me arrastam como correnteza e sinto que meus melhores momentos de Holanda já se tornaram memórias.

Minha viagem a Dublin foi incrível, eu nao esperava muito da cidade que, apesar de pequena, é simplesmente apaixonante. Os irlandeses sao as pessoas mais friendly do mundo! E eu achando que era exagero do meu guia, que dizia que basta levantar um mapa em Dublin para alguém se oferecer para dar informacao...foi exatamente isso que aconteceu comigo e com Joe. Para nossa sorte, achamos um hostel bom e barato, perto do centro (se lembrar, depois deixo nome e infos).
Por ser pequena, Dubin pode ser explorada a pé, é impossivel se perder. A arquitetura pode nao impressinar tanto os viajantes mais experientes, mas a cidade encanta por tantos outros motivos. A música parece ser sua alma; musicos de rua se estremem pelo centro numa surpreendente harmonia, com seus violinos, guitarras e outros instrumentos.
Nao deixe de fazer o clássico, como ir tomar um pint no Temple Bar, o mais tradicional pub de Dublin. O preco é salgado: mais de 5 euros! Mas compensa pela ambiente agradavel (apesar de lotado) e pela musica ao vivo. Ao contrario do que imaginei, musica irlandesa está muito além de U2.
No final da noite e depois de muitos pints, os irlandeses se abracam, cantam e dancam como se fossem uma grande família. Nao tem como nao amar!!

De volta a Holanda, as últimas semanas nao foram fáceis. A iminencia da minha volta já me deixou feliz, triste, desesperada, aterrorizada. É que antes de rever todos os meus amigos e minha família, terei que me despedir do que atualmente é a minha vida, e isso nao é nada fácil. A temporada de despedidas nao comeca em dezembro, ela já comecou!
Chana foi embora semana passada, deixando um buraco no meu coracao e nos meus dias. Minha melhor amiga aqui desde meu primeiro mes, aquela que estava do meu lado em todos os momentos, que se tornou meu equilibrio. Aproveitamos tanto quanto podiamos nossos últimos dias e demos adeus sabendo que a missao foi cumprida, ainda que quisessemos mais. Nunca alguém me ensinou tanto sobre a vida, o mundo e eu mesma quanto ela. E quando me perguntarem porque eu uso TU ao invés de VOCE, vou dizer que é por causa de uma certa gaucha que conheci na Holanda.

No último final de semana, fui para Volendam com Jojo, um vilageiro perto de Amsterdam, famoso pelas tradicoes, pelas pessoas religiosas e, paradoxalmente, pelo uso exagerado de cocaina (coisa que eu nao vi, mas né? Fui as 3 da tarde...).
Ontem rolou um "Family Day" com a familia do Joe, por parte de pai. Foi bem legal, e um monte de gente nem percebeu que eu nao falo holandes (devem ter achado que eu sou muda, but anyway...).

Nesse final de semana, completaram-se 17 anos da morte do meu pai. Eu nao posso falar muito sobre ele, já que tinha menos de quatro anos quando ele faleceu. As memórias se misturam com as fotos e histórias. Sei que ele cuidava muito bem dos dentes, que gostava de levantar cedo e estudar, que comia coisas saudáveis.
Quando eu era mais nova, costumava pensar como a minha vida seria se ele ainda estivesse vivo. Se ele teria orgulho de mim...

Saudade do que o tempo leva. E ele leva de enchurrada. Como a água, penetra em cada canto, cada fresta, faz apodrecer até o que parecia mais resistente. Até as memórias se tornam embacadas. Voce pode aprender a nadar, ou pode se afogar numa tentativa tola de conte-lo.