Nao é falta do que falar, é nao saber como falar.
As últimas semanas me arrastam como correnteza e sinto que meus melhores momentos de Holanda já se tornaram memórias.
Minha viagem a Dublin foi incrível, eu nao esperava muito da cidade que, apesar de pequena, é simplesmente apaixonante. Os irlandeses sao as pessoas mais friendly do mundo! E eu achando que era exagero do meu guia, que dizia que basta levantar um mapa em Dublin para alguém se oferecer para dar informacao...foi exatamente isso que aconteceu comigo e com Joe. Para nossa sorte, achamos um hostel bom e barato, perto do centro (se lembrar, depois deixo nome e infos).
Por ser pequena, Dubin pode ser explorada a pé, é impossivel se perder. A arquitetura pode nao impressinar tanto os viajantes mais experientes, mas a cidade encanta por tantos outros motivos. A música parece ser sua alma; musicos de rua se estremem pelo centro numa surpreendente harmonia, com seus violinos, guitarras e outros instrumentos.
Nao deixe de fazer o clássico, como ir tomar um pint no Temple Bar, o mais tradicional pub de Dublin. O preco é salgado: mais de 5 euros! Mas compensa pela ambiente agradavel (apesar de lotado) e pela musica ao vivo. Ao contrario do que imaginei, musica irlandesa está muito além de U2.
No final da noite e depois de muitos pints, os irlandeses se abracam, cantam e dancam como se fossem uma grande família. Nao tem como nao amar!!
De volta a Holanda, as últimas semanas nao foram fáceis. A iminencia da minha volta já me deixou feliz, triste, desesperada, aterrorizada. É que antes de rever todos os meus amigos e minha família, terei que me despedir do que atualmente é a minha vida, e isso nao é nada fácil. A temporada de despedidas nao comeca em dezembro, ela já comecou!
Chana foi embora semana passada, deixando um buraco no meu coracao e nos meus dias. Minha melhor amiga aqui desde meu primeiro mes, aquela que estava do meu lado em todos os momentos, que se tornou meu equilibrio. Aproveitamos tanto quanto podiamos nossos últimos dias e demos adeus sabendo que a missao foi cumprida, ainda que quisessemos mais. Nunca alguém me ensinou tanto sobre a vida, o mundo e eu mesma quanto ela. E quando me perguntarem porque eu uso TU ao invés de VOCE, vou dizer que é por causa de uma certa gaucha que conheci na Holanda.
No último final de semana, fui para Volendam com Jojo, um vilageiro perto de Amsterdam, famoso pelas tradicoes, pelas pessoas religiosas e, paradoxalmente, pelo uso exagerado de cocaina (coisa que eu nao vi, mas né? Fui as 3 da tarde...).
Ontem rolou um "Family Day" com a familia do Joe, por parte de pai. Foi bem legal, e um monte de gente nem percebeu que eu nao falo holandes (devem ter achado que eu sou muda, but anyway...).
Nesse final de semana, completaram-se 17 anos da morte do meu pai. Eu nao posso falar muito sobre ele, já que tinha menos de quatro anos quando ele faleceu. As memórias se misturam com as fotos e histórias. Sei que ele cuidava muito bem dos dentes, que gostava de levantar cedo e estudar, que comia coisas saudáveis.
Quando eu era mais nova, costumava pensar como a minha vida seria se ele ainda estivesse vivo. Se ele teria orgulho de mim...
Saudade do que o tempo leva. E ele leva de enchurrada. Como a água, penetra em cada canto, cada fresta, faz apodrecer até o que parecia mais resistente. Até as memórias se tornam embacadas. Voce pode aprender a nadar, ou pode se afogar numa tentativa tola de conte-lo.
e até hoje eu não vi as fotos de Dublin! beijocas!
ResponderExcluirComo foi o almoço de família?
chorei.
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