Eu & Bike: uma história de amor, ódio e muita intimidade

Galere, andei de bike pela primeira vez. Peraí, nao sei se voces estao sentindo a enfase que eu estou tentando dar nessa afirmacao...mas é assim que comeca meu post nessa noite agradável de segunda-feira.

Galere, andei de bike pela primeira vez...

(Aqui na Holanda, claro!)

Eu gostaria de ter tido um gravador mental para transcrever tudo o que se passou pela minha cabeca nos minutos em que estive em cima da ____________ (sugira um nome para minha bike nos comentários. Sim, porque tamanha intimidade exige ao menos um apelido carinhoso, que dirá um nome), e os segundos em que eventualmente estive no gramado que rodeia a ciclovia, mas como nao tenho, tentarei reproduzir aqui os momentos de panico que vivi.

Eu ia encontrar a Chana, minha amiga brasileira, na Central Station, e ousava que fui, decidi testar minha bike nos 4 ou 5 km que me separam do meu destino. Logo nos primeiros segundos, pude pressentir as futuras quedas, já que apenas as pontas do meu pé tocam o pedal quando tá mais embaixo. Sentiu o drama? No desespero de me equilibrar, sentei no banco rapidinho. E FUI ESTUPRADA! SUCESSIVAMENTE!

Mas sabe como é, brasileiro nao desiste nunca e lá fui eu. No meio do caminho, me lembrei de um sábio conselho que recebi de uma amiga sobre o trilho do tram. Algo como "CUIDADO COM O TRILHO DO TRAM. NAO DEIXA A RODA ENGANCHAR". Brasil, o que voces acham que aconteceu? A RODA ENGANCHOU! Derrapadinha, quase tombo número 1 (mentira, já devia ser o 05).

Depois que peguei o embalo, fui! De repente, me vejo do lado de um riozinho. Opa, nao tem grade...e tens uns patos de bunda pra cima . Logo me imagino caindo no rio e a minha bunda pra toda a Holanda...ok, se concentra...

Me concentrei, ousei dar uma corridinha...nossa, tava muito rápido, adrenalina a mil, me sentindo o Senna até que...sou ultrapassada por um velhinho. Dignidade, pra que? Quando finalmente alcancei ele no farol fechado (sim, tem farol pra ciclista), passei na frente por 2 segundos, até ele me ultrapassar de novo e eu perde-lo de vista....

Dai ja me imaginei na cena de Cidade dos Anjos. Sabe, aquela no finalzinho que a Meg ta pedalando e BUM! é atropalada pelo caminhao e morre? Essa mesmo. Quem achar o video, deixa nos comentários...eu nao encontrei.

Eu já tava de lingua no chao, cada farol era um tormento para parar e conseguir fazer a bike pegar no tranco de novo, cada pedalada eu sentia a morte um bocadinho mais proxima mas cheguei no meu destino.

E a volta? Opa, mais uma oportunidade de cair no gramadinho do lado da ciclovia e ralar o joelho muito a la 12 anos tentando-espiar-o-golero-na-chacara-do-valdemar (como assim, a Re nao ta aqui para assoprar enquanto passa remédio?), quase MUITO QUASE MESMO ser atropelada pelo tram e correr mais do que as pernas aguentam para nao tomar multa por estar sem as luzes noturnas.

Resultados da noite:

01) Minha bunda dói, muito.

02) Me senti super bem chegando em casa com a chave da minha bike, já que nunca fiz isso com a do carro.

03) Amo o tram, que nao me cansa, nao me estupra e nao poe minha vida em risco. Mas me custa U$7, 80 por strippenkaart.

Meus caros, me desejem boa sorte nas próximas pedaladas. Rezem pelos meus membros e dentes e nos vemos por ai, se Deus quiser com pernas mais saradas!

Strippenkaart